Tecnologia e precisão para restaurar áreas degradadas

Primeiro contrato da ERG Engenharia na área de semeadura com Drones teve atividades em 18 municípios de Minas Gerais e Espírito Santo

A ERG vem atuando desde novembro de 2024 em um projeto que alia tecnologia e precisão com o objetivo de reflorestar áreas degradadas.

Os trabalhos acontecem ao longo da bacia do Rio Doce, entre os estados de Minas Gerais e o Espírito Santo, onde drones têm dispersado sementes nativas da Mata Atlântica em cerca de dois mil hectares, abrangendo localidades de municípios como Governador Valadares, Aimorés, Caratinga, Guanhães, Afonso Cláudio, Colatina e Santa Teresa, entre outros pontos distribuídos em diferentes sub-bacias da região.

A decisão por utilizar drones, também chamados de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP’s), foi motivada tanto por questões operacionais e de custo, quanto pela necessidade de acessar locais de difícil chegada por maquinário convencional para minimizar riscos aos trabalhadores.

Para o projeto foram empregados os drones DJI Agras T25 e DJI Agras T50, que se destacam pela capacidade de transportar grandes volumes de sementes (25 e 50 quilos respectivamente) e também por adaptabilidade para dispersão de sólidos e líquidos.

O design desses equipamentos possibilita operações em áreas com relevo acidentado, presença de grotas e pouca ou nenhuma infraestrutura para chegada de veículos.

Entre as principais dificuldades enfrentadas durante os trabalhos, destacam-se as limitações impostas pelo relevo, que dificultaram tanto o sobrevoo quanto a definição de pontos ideais para a operação dos drones. A presença de obstáculos como torres de energia e fios de alta tensão também exigiu adaptação e habilidade da equipe.

Além disso, houve casos em que a ausência de estradas e barreiras naturais tornaram o acesso para veículos tradicionalmente usados em reflorestamentos impossível, mostrando que os drones podem preencher essa lacuna em determinadas situações.

A semeadura direta feita com drones não elimina desafios antigos do restauro florestal, como baixa taxa de emergência e estabelecimento, mas evidencia um caminho possível para projetos em áreas de acesso restrito e grande extensão.

Em projetos como este, trata-se não apenas de dispersar sementes, mas também de selecionar áreas e espécies com maior potencial para sucesso, observando permanentemente os resultados para aperfeiçoar as práticas.

O trabalho contribui para o avanço da restauração florestal ao explorar alternativas tecnológicas que viabilizam o enriquecimento de fragmentos em condições adversas, demonstrando o potencial — e também as limitações — da integração de soluções inovadoras no contexto da recuperação ambiental.

FASES DO TRABALHO

O desenvolvimento do trabalho ocorreu em etapas. Inicialmente, foram realizados voos de reconhecimento das áreas para mapear caminhos, obstáculos naturais e artificiais, e definir pontos viáveis para decolagem e pouso dos drones.

Paralelamente, houve um levantamento das espécies vegetais a serem utilizadas, com mixes de sementes de espécies nativas selecionadas, como amburana, angico-vermelho, paineira-rosa, jatobá, mutambo, entre outras.

Antes do início da semeadura, a equipe testou os drones para regular abertura dos dispensers e garantir distribuição eficiente e uniforme conforme o tamanho das sementes. Para a fase da semeadura foi considerado o calendário do período chuvoso, já que a umidade é essencial para favorecer o estabelecimento das espécies semeadas diretamente no solo.

SUSTENTABILIDADE E INOVAÇÃO

  • 914 hectares reflorestados, área equivalente a 1,3 milhão de campos de futebol
  • 116 tipos diferentes de sementes de espécies da Mata Atlântica lançadas
  • 6 bacias hidrográficas impactadas
  • 757 mil pessoas impactadas positivamente em 18 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo

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